As eleições neste domingo foram um forte golpe para caciques do Senado. Principalmente para os que estão sendo investigados por operações da Polícia Federal, como a famosa Lava Jato.
Dos 32 senadores que disputavam a reeleição, apenas 8 conseguiram se reeleger. Alvos da Lava Jato não foram eleitos, como Romero Jucá (MDB-RR).
Após três mandatos seguidos, cerca de 24 anos ocupando a cadeira no Senado por Roraima, o presidente nacional do MDB não foi reeleito por pouco: ficou apenas 500 votos atrás de Mecias de Jesus (PRB).
Outro investigado pela Lava jato, Edison Lobão (MDB-MA) também não foi reeleito para senador do Maranhão. Em seu lugar, foram eleitos dois novatos da chapa concorrente: Eliziane Game (PPS) e Weverton Rocha (PDT).
Eunício Oliveira (MDB-CE), presidente do Senado, também foi derrotado no Ceará com surpresa. Ele perdeu votos para o ex-presidente do Fortaleza Esporte Clube, Eduardo Girão, do PROS.
Outros investigados pela Polícia Federal como Garibaldi Alves Filho (MDB-RN), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) não foram reeleitos.
Dilma Rousseff, que era a favorita para uma vaga no Senado por Minas Gerais, também foi derrotada nas urnas.
Tentando pela primeira vez uma cadeira no Senado após seu impeachment em 2016, a petista ficou em 4º lugar, com 2.419.725 dos votos válidos , o equivalente a 15,04%. À frente, estavam os candidatos Rodrigo Pacheco, do DEM, e Jornalista Carlos Viana, do PHS.
Por outro lado, investigados como Ciro Nogueira (PP-PI), Renan Calheiros (MDB-AL) e Jader Barbalho (MDB-PA) garantiram cadeira no Senado e permanecem por mais oito anos.
Senado renovado
O Senado passou por uma grande renovação no pleito de 2018. A partir de 2019, o Senado terá senadores distribuídos em 21 legendas, enquanto em 2015 eram 15.
Entre as novidades estão o Podemos, PSL, PHS, PROS, PRP, Solidariedade e PTC. A Rede, que era representada apenas pelo senador reeleito Randolfe Rodrigues, agora terá outros quatro nomes. Já o PCdoB e PSOL ficaram sem representantes.
"Mas falando em governabilidade, que é o que interessa, o novo presidente [da República] terá uma dificuldade maior de negociação", avaliou o cientista político da Universidade de Brasília Waldir Pucci à Agência Brasil. "Quanto maior número de partidos, naturalmente maior o número de conversas e convencimentos ele terá de fazer".