Assim como as eleições presidenciais, as redes estão com os nervos acirrados nos últimos meses. Após o grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro ser criado nesta semana e já ter quase 2 milhões membros, os ataques de defensores do candidato do PSL logo começaram a aparecer.
O mais recente, porém, provocou uma reação muito maior do que o se esperava. O apresentador e humorista Danilo Gentili, já bem conhecido por suas críticas ao movimento feminista, escreveu em seu perfil no Twitter que as mulheres que fazem parte do grupo estariam traindo o próprio movimento, pois se mobilizam para votar entre Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), em vez de votar na Marina Silva (Rede), que é mulher.
"Porquê?", questionou retoricamente. "Porque um líder macho hétero branco esquerdista assim ordenou", respondeu de pronto. Segundo o humorista, isto seria a prova de que o movimento feminista "nunca foi algo pelo 'empoderamento' feminino e é só massinha de manobrinha'".
A reação, como era esperado, veio em massa. Uma das integrantes do grupo sugeriu que a resposta viesse das mulheres do grupo pelo Twitter, colocando a hashtag #CalaBocaGentilli. Poucas horas depois, a hashtag era a mais comentada na rede social.
confirmou no evento: Reunião para ensinar Danilo Gentili que mulher tanto vota na Marina quanto tem opinião própria para votar em quem quiser. #CampanhaDeMulher#CalaBocaGentilli
— Campanha de Mulher (@CampanhaMulher) 14 de setembro de 2018
#CalaBocaGentilli "Se cuida, se cuida,
Se cuida seu machista
a América Latina vai ser toda feminista!"
O movimento contra Bolsonaro
O grupo foi mobilizado por eleitoras brasileiras contrárias ao candidato. Segundo as moderadoras, o espaço é para unir as mulheres que se opõem à candidatura de Jair Bolsonaro, pois o consideram "sexista, homofóbico e racista."
"Mulheres que se opõem à candidatura de Jair Bolsonaro não se calarão", diz o texto de apresentação na rede social, que ressalva não fazer qualquer apologia a um político ou partido específico.
"Juntas mostramos nossas diferenças e o respeito à diferença. Temos lados, apoiamos programas políticos diversos e sabemos discutir com respeito. Juntas mostraremos o que é fazer política de forma democrática."
Elas também organizaram para o dia 29 de setembro, em um sábado, um protesto Mulheres Contra Bolsonaro. O evento está confirmado a partir das 15h no Largo da Batata, em Pinheiros, na cidade de São Paulo. O evento já tem mais de 190 mil interessadas e 54 mil presenças confirmadas.