O HuffPost Brasil preparou uma lista com 5 exposições de arte ativas na capital paulista que têm a história e a cultura negra como pontos em comum.
São mostras de médio e grande portes - que reúnem obras de importantes coleções particulares e de instituições renomadas ao redor do mundo - cuja proposta final é ampliar a visão dos visitantes sobre as múltiplas condições, potências e demandas da população negra no Brasil e fora dele.
1. Histórias Afro-Atlânticas - (Masp e Instituto Tomie Ohtake)
Mais de 400 obras de cinco séculos e assinadas por cerca de 210 artistas do Brasil e do mundo compõem a exposição Histórias Afro-Atlânticas, apresentadas em conjunto pelo Masp e pelo Instituto Tomie Ohtake.
São pinturas, esculturas, desenhos, vídeos, filmes, instalações, documentos e fotografias realizadas por artistas negros ou que retratam questões relacionadas à cultura e história da população negra no mundo.
Adriano Pedrosa, Lilia Schwarcz, Ayrson Heráclito, Hélio Menezes e Tomás Toledo são os curadores da mostra que é dividida em 8 núcleos. No Museu de Arte de São Paulo, é possível acompanhar: Mapas e Margens, Cotidianos, Ritos e Ritmos, Retratos, Modernismos Afro-Atlânticos e Rotas e Transes: Áfricas, Jamaica, Bahia. Já no Instituto Tomie Ohtake, estão os núcleos Emancipações e Ativismos e Resistências.
A mostra fica permanece nas duas instituições até 21 de outubro. Para mais informações, basta acessar o site do Masp.
2. Isso É Coisa de Preto – 130 Anos da Abolição da Escravidão - (Museu Afro Brasil)
Jargão racista e ainda muito comum no Brasil, "isso é coisa de preto" ganha novo significado nessa exposição da instituição que fica dentro no Parque Ibirapuera. Sob curadoria de Emanoel Carneiro, ela destaca a excelência e resistência negra nas mais diversas áreas do conhecimento durante os últimos 130 anos após a abolição da escravidão no Brasil - da arquitetura ao idioma, passando pela literatura, esporte, artes plásticas, dança e costumes.
A mostra reúne desenhos, pinturas, esculturas, fotografias e litografias e também destaca a contribuição africana e afro-brasileira na construção do País.
Além disso, o público trava contato com a produção artística de dois países cuja população é predominantemente negra: Haiti e Cuba. Há, sobretudo, obras provenientes do sincretismo religioso nessas regiões e também resultantes da união entre a prática de cultos do vodum e da religião católica.
Isso É Coisa de Preto – 130 Anos da Abolição da Escravidão permanece em cartaz até o dia 29 de julho. Mais informações estão disponíveis no site do Museu Afro Brasil.
3. Ex Africa - (CCBB-SP)
Essa é a maior exposição de arte contemporânea africana já feita no Brasil.
Com curadoria do alemão Alfons Hug, a mostra apresenta nuances da identidade da África moderna por meio 80 obras - incluindo pinturas, fotografias, esculturas, performances e vídeos. As obras são de artistas oriundos 8 países africanos, além de dois afro-brasileiros: Arjan Martins e Dalton Paula.
A mostra é divida em 4 eixos: Ecos da História, Corpos e Retratos, Explosões Musicais e Dramas Urbanos.; e tem como destaque uma instalação gigante (foto acima) assinada pelo ganês Ibrahim Mahama, de 30 anos.
Ex Africa permanece no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-SP) até o dia 16 de julho. A entrada é gratuita. Mais informações estão disponíveis no site do CCBB-SP.
4. Seydou Keïta - (IMS Paulista)
Considerado um dos precursores dos retratos de estúdio na África, Seydou Keïta (1921-2001) produziu incontáveis registros de habitantes do Mali, seu país natal. Nessa exposição, o público brasileiro é apresentado ao peculiar trabalho do fotógrafo.
Estão expostas 130 obras realizadas entre 1948 e 1962, período de intensas transformações no país africano que estava em processo de conquista de sua independência, em 1960.
A curadoria da mostra é de Jacques Leenhardt, diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, e Samuel Titan Jr., coordenador executivo cultural do IMS. A seleção deles reúne 48 tiragens "vintages", que foram comercializadas pelo próprio Keïta em Bamako, capital do Mali, e outras 88 fotografias que foram ampliadas na França, na década de 90. Foi nessa época também que Keïta retornou aos holofotes na região onde nasceu e passou a ser reverenciado também nos Estados Unidos.
A mostra Seydou Keïta tem entrada gratuita e permanece na unidade do Instituto Moreira Salles em São Paulo até o dia 29 de julho. Mais informações estão disponíveis no site do IMS.
5. Jamaica, Jamaica - (Sesc 24 de Maio)
Concebida pela Cité de La Musique - Philharmonie de Paris e com curadoria do documentarista Sébastien Carayol, essa exposição traz para o público um panorama do universo sonoro e cultural da Jamaica, ilha do Caribe que é berço de pelo menos cinco estilos musicais festejados em todo o mundo: mento, ska, rosksteady, reggae e o dub.
Em Jamaica, Jamaica, é possível ver de perto material diverso e precioso, instrumentos originais de ícones da história da música (a guitarra em formato de fuzil de Peter Tosh é um exemplo), fotografias, capas de discos, vídeos, documentos e sound systems.
Na montagem brasileira feita pelo Sesc São Paulo, a mostra recebeu conteúdo exclusivo que explora o desdobramento da cena cultural jamaicana no País, em especial nos estados de São Paulo, Bahia e Maranhão.
Jamaica, Jamaica tem entrada gratuita e permanece no Sesc 24 de Maio até o dia 28 de agosto. Para mais informações, basta acessar o site do Sesc.