O ex-treinador da seleção brasileira de vôlei Bernardinho deixou o PSDB e se filiou ao Novo. Segundo o jornal O Globo, o ex-técnico se prepara para concorrer ao governo do Rio de Janeiro.
Esta notícia da troca de partido deixou uma dúvida: Afinal, o que é o Novo?
Estes três tweets mostram que a legenda, embora recente, deferida pela Justiça Eleitoral, em setembro de 2015, já está cercada por diversos estereótipos.
O Novo se define como uma legenda para aqueles que querem um país com menos impostos e mais serviços.
De linha ideológica explicitamente liberal, a sigla traz como novidade o modelo de escolha dos candidatos. Há um processo seletivo no qual é verificado se os ideais e valores da pessoa que pleiteia entrar para o partido está alinhado com o que ele defende.
Contra políticos profissionais e de "carreira", o partido mira em "gestores", com um discurso bastante convergente com o que saiu vencedor das eleições municipais em 2016.
No ano passado, a disputa eleitoral ficou marcada por candidatos que venceram com o discurso apolítico, como o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), o do Rio de Janeiro, Marcelo Crivela (PRB), e o de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS).
"O que a gente tá dizendo: nós queremos o poder para reduzir o poder. Não é natural quem está acostumado a ter poder querer abrir mão disso. Você precisa mudar o seu objetivo, ele não pode ser mais o poder", explica o engenheiro civil João Dionisio Amoêdo, fundador do partido, ao Spotniks.
E continua:
"A gente entende que melhorar a gestão pública só não é suficiente. Você precisa mudar o modelo atual de Estado que é muito arrecadador, muito intervencionista e péssimo gestor. A gente quer devolver o poder ao indivíduo. A gente acredita que o indivíduo deve ter mais autonomia, então no fundo a gente até fala o seguinte – olha, a gente quer ter o poder para reduzir o poder das pessoas que estão lá."
"Partido de banqueiros"
Uma das principais críticas ao partido é o fato de seu fundador ter sido executivo do Citibank e do Itaú BBA. Além disso, dos 181 fundadores da legenda, quase um terço são administradores (22), economistas (15) e empresários (13).
A composição dos criadores da sigla fez com que os críticos o chamassem de "partido de banqueiros" ou "partido de coxinhas".
A legenda, entretanto, não tem uma diretriz social e de direitos humanos definida. Embora existam relatos de defesa do Bolsa Família, como uma medida emergencial, não há informações homogêneas sobre temas relacionado às minorias e liberdades individuais para além do campo econômico.
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