Mais uma vez, as ruas de São Paulo foram tomadas pelo coro contra o presidente Michel Temer (PMDB) e a favor de novas eleições.
O protesto, convocado pela Frente Povo Sem Medo, incluindo movimentos sociais e centrais sindicais, reuniu cerca de 50 mil pessoas, de acordo com os organizadores.
A manifestação registrou confusão entre a Polícia Militar e um grupo de manifestantes. Três pessoas foram detidas — duas mulheres e um homem. Colegas das manifestantes detidas dizem que elas eram menores de idade.
O tumulto começou enquanto PMs adentravam a multidão. Eles foram recebidos com as palavras de ordem:
"Não acabou,
Tem que acabar
Eu quero o fim da Polícia Militar"
O coletivo Jornalistas Livres relata cenas de violência policial:
"Descontrolados, os policiais atacavam quaisquer pessoas em volta. Inclusive a imprensa. Detiveram a menina porque ela ousou perguntar 'Por que a violência?'... O soldado respondeu-lhe: 'Porque sim'. Quando ela retrucou: 'Porque sim não é resposta!', o PM a deteve."
O El País Brasil acusa a PM de usar "força desproporcional". "Em um momento, agentes jogaram um senhor na mala da viatura. Muita brutalidade por parte da PM também contra os jornalistas", descreve o jornal.
A PM justifica que deteve os jovens porque eles estavam mascarados. Foram apreendidos com eles faca de cozinha e soco inglês, além de máscaras.
Dois candidatos a prefeito de São Paulo aproveitaram o ato para fazer campanha lado a lado: o atual prefeito Fernando Haddad (PT) e a deputada federal Luiza Erundina (PSOL).
Os dois subiram no carro de som de petistas, que contava com o candidato a vereador Eduardo Suplicy e o senador Lindbergh Farias, do Rio de Janeiro:
Erundina foi bastante cortejada pelos manifestantes e falou da união da esquerda contra os "golpistas" e "conspiradores":
A concentração do ato ocorreu em frente ao Masp, na Avenida Paulista. Os manifestantes desceram pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio rumo ao Parque do Ibirapuera.
A ocupação continuou no Monumento às Bandeiras.
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