Ratinho deu um chute na nuca de sua assistente de palco, Milene Uehara, conhecida como Pavorô. Com expressão de surpresa e constrangimento, a funcionária deixou o palco do programa.
Ratinho achou graça. Disse que ela tinha de levar a agressão na esportiva. Chamou o diretor do programa: "Haroldo, o senhor notou que ela é uma funcionária rebelde? Providências terão de ser tomadas… Ela vai pra rua”.
O lamentável episódio teve uma péssima repercussão na internet. Chovem comentários de desaprovação em cópias do vídeo do SBT que circulam no Facebook.
Em nota, a assessoria de imprensa de Milene disse que o chute não passou de uma "brincadeira".
No perfil de Milene no Facebook, no entanto, mulheres pedem que ela denuncie a agressão.
Machismo disfarçado de brincadeira é praxe na televisão brasileira.
A objetificação do corpo da mulher, por exemplo, é um expediente utilizado programas como Legendários, Caldeirão do Huck e o Pânico na TV.
Um apresentador deste último, aliás lambeu uma entrevistada sem mais, nem menos em dezembro de 2015.
Mais recentemente, o apresentador Danilo Gentili foi condenado a pagar R$ 200 mil por ter chamado uma doadora de leite materno de "vaca".
Tratar a questão como brincadeira é naturalizar o intolerável e legitimar agressões que não aparecem na televisão. O Ipea estima que todo ano ocorram mais de 500 mil estupros no Brasil. Só 10% deles, no entanto, são notificados.
LEIA MAIS
- Gentili chamou a doadora de leite materno de 'vaca'. E vai ter de pagar R$ 200 mil por isso
- O SOS de L., grávida do estupro, maltratada pela rede pública