Para Zahi Armali, artilheiro no Maccabi Haifa, um dos times mais populares de Israel, vestir a camisa da seleção do país era uma consequência natural na carreira. Não fosse um detalhe: ele não era judeu.
Filho de palestinos, o então atacante rompeu uma barreira e integrou a primeira geração de árabes que defenderam a seleção israelense, na década de 1980.
“Ouvi muitos comentários e xingamentos. Me chamavam de terrorista, palestino. Mas eu gostava do meu trabalho. E com ele conquistei fãs e fiz a paz.”
Ídolo de muitos judeus, Armali se diz integrado ao país onde nasceu. Quando jogava na seleção, porém, um ato incomodou alguns colegas. Ele não cantava o hino israelense.
“A verdade é que o hino é para os judeus. Não é para todas as pessoas que vivem em Israel. Eu explicava isso para meus companheiros de seleção. Alguns não gostavam, mas segui sem cantar. O importante era jogar, e isso eu fazia bem”, argumenta.
Vivendo até hoje no país, Armali, aos 56 anos, se diz indignado com os conflitos na Faixa de Gaza entre judeus e palestinos, que têm vitimado milhares de pessoas. “É triste demais isso. Mas não me posiciono, não digo que um lado está certo, sabe por quê? Estão todos mentindo”, afirma.