Grupos opositores apoiados pelo Ocidente na Síria recrutam crianças refugiadas em países vizinhos enquanto forças do governo sírio detêm e torturam crianças ligadas a rebeldes, afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em um relatório divulgado na terça-feira (4).
O relatório constatou que nas fases iniciais do conflito de quase três anos as tropas do governo sírio foram em grande parte responsáveis por violações graves contra crianças. Conforme o conflito se intensificou e a oposição armada tornou-se mais organizada, os rebeldes cometeram um número crescente de abusos infantis.
Segundo o relatório, as crianças foram submetidas a "surras com cabos e bastões de metal, chicotes e paus; choques elétricos, inclusive nos genitais; remoção de unhas e dedos; violência sexual, incluindo estupro e ameaças de estupro; simulação de execuções; queimaduras com cigarros; privação de sono; confinamento em solitárias e exposição a tortura de parentes".
A primeira rodada de negociações de paz em Genebra terminou na semana passada sem progresso em relação à redução da guerra civil na Síria, que mata em média 100 pessoas por dia. Governo e oposição devem conversar novamente em uma segunda rodada na semana que vem.
A ONU estima que mais de 100.000 pessoas morreram na guerra, sendo que 10.000 das vítimas são crianças. Cerca de dois milhões de pessoas fugiram do país.
O relatório pode ser lido na íntegra, em inglês, nesse link.